Um "novo" amor.

9 de jan. de 2013

Poderia começar falando daquela noite estrelada, dos estranhos ao meu redor, da musica que fizemos, e dos olhos brilhantes... Poderia começar falando daquela noite de luar, dos amigos que fiz, da musica que ouvi, e dos meus olhos no horizonte... Poderia começar falando, da noite que se iluminou, das pessoas que ignorei, dos sons da sua voz, e de nossos olhares se encontrando, da briza que soprava em nossos cabelos, do mar que calava, da ideia perdida, de nossas vidas passadas, dos sorrisos não contidos, da aventura vivida, da bebida escolhida, do mundo que rodava, da forma que me encontrei em você, da sua curiosidade, das coincidências, do cansaço, do calor dos seus braços, das suas pernas laçadas, da cor da sua camisa, ou do seu jeans surrado, poderia mencionar a cor daquelas nuvens, e do amanhecer, poderia dizer das suas carícias, de como o tempo parou, do toque melancólico em meu rosto, sem poder beija-lo, mencionar, de como entendo sua dor, e de sua vontade descontrolada de amanhecer em qualquer lugar, se não machucar ninguém, que mal há, do coração apertado por não poder, caminhar sem deixar ninguém pra traz. Poderia falar, do meu suspirar na sua nuca, e do seu suspirar escondido, das doces mordidas sangrentas, da convulsão de nossos corações, abafadas pelo som turbulento de nossas mentes, do seu cheiro em minhas roupas, dos rostos rosados, do álcool derramado, da viola quebrada, da minha boca que não calava, dos seus lábios tentados, do frio que não nos visitou, das minhas botas sujas, do "eu sei como éh" dito a cada frase. Ou começar falando do bar que já virou meu amargo lar, da dor que sentia antes de lhe encontrar, do jogo que tentei ganhar, só pra fugir daquele lugar, da neblina que só eu via, das minhas mãos soltas, do cigarro que abandonei, da minha cama fria antes de sair, do jeito que corria pra qualquer lugar, e de como mudou tudo, só por entrar naquele lugar,  de como tentei evitar, escapar, de como eu fingia nem ligar, do telefonema antes de você chegar. De como te conhecia por inteiro só ao te ver passar, de como foi convidativo estar ao seu lado, perto de você, no mundo dos desapegados. Ou falar dos dias seguintes, do "Oi, não sei, quem é?" no telefone, antes de eu dizer meu nome, do convite negado, das mensagens por telepatia, dos encontros imaginários. Do dia que te vi subindo as escadas, da torre que desemos, dos rostos ao redor esquecidos, da casa vazia, da chuva que caia, do vinho batido, do banheiro sujo, do frio no quarto ao lado, e da vez que senti teu corpo inteiro, do olhar com raiva, e chateado, da massagem nos meus pés, das canções tocadas, do conjunto, de minha indecisão e de sua loucura. Do café da manhã não tido, do almoço ruim, do caminho para a forca, da despedida. Ou puco lembrar do abandono, das noites em claro, do computador ligado, da agonia, da sua ausente presença no meu ser, preenchido por você, da estranha sensação de não poder continuar, tendo ou não tendo o teu eu, ou do NÃO dito por todos, dito por você, só não ouvido, por teimosia desse coração relutante. Partido em dois ou mais, feito de refeição, para os que querem me ver chorar, ou esquecer... Isso, poderia falar de suas lágrimas soltas, lançadas, sem temor, de suas palavras envergonhadas, do amor expulso, de meus olhos assustados, do EU TE AMO, que não vi pela janela na despedida. Ou do final de noite, que soube de sua presença na dimensão ao lado, de como voei ao encontro daquele sol, do seu sorriso descontraído, do nervosismo aflito, do abraço que durou algumas eternidades, de como te tomei nos ombros pelas ruas de veludo, de como dormiu sem adormecer, de como te acordei. Mais pra começar, não achei que foce durar, nem custar, nem soprar todas essas palavras e vírgulas, por não saber como falar de mim, nem do início nem meio nem fim. Por não saber o que sinto, por não saber o que sente, da insegurança que não me abandona, mais se distrai ao seu lado, do tempo e espaço que fiz se redimir a mim, só por te ter. Mais já teria falado demais, portanto, não vou nem começar. Deixo-te um beijo, doce, é doce lembra? Que nessa vibração do seu provável coração ao saber disso, deixo-te a dor, de não poder me beijar agora. E desse nem tão novo amor, eu posso aproveitar o que quiser, o que eu quiser, se você quiser.

2 comentários:

  1. Esse texto tu estavas inspirada por demais! Preciso disso...
    Fodástico!

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    1. É Flávio, nada melhor que oma frustração amorosa pra encher agente de inspiração =P

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