Resenha: A Guerra que Salvou a Minha Vida

29 de mai. de 2017

Já tem um tempo que anunciei a nova parceria literária aqui do blog, com a divonica e maravilinda Editora Darkside Books, e logo em seguida eles me enviaram esse livro, porém como mencionei no post passado, tive vários problemas que me impediram de publicar antecipadamente a resenha, porém aqui estou, atrasada porém determinada.
Então vamos ao que interessa...
Sinopse: "Ada tem dez anos (ao menos é o que ela acha). A menina nunca saiu de casa, para não envergonhar a mãe na frente dos outros. Da janela, vê o irmão brincar, correr, pular – coisas que qualquer criança sabe fazer. Qualquer criança que não tenha nascido com um “pé torto” como o seu. Trancada num apartamento, Ada cuida da casa e do irmão sozinha, além de ter que escapar dos maus-tratos diários que sofre da mãe. Ainda bem que há uma guerra se aproximando."
Título: A Guerra que Salvou a Minha Vida
Autor: Kimberly Brubaker Bradley
Editora: DarkSide Books
Páginas: 240
Encontre em: Saraiva, Amazon, e Submarino.
Ada é uma menina de aproximadamente 10 ou 12 anos, que mal lhe cabe um sobrenome, cresceu vendo sua vida passar por detrás de uma janela, como uma prisioneira condenada a sempre ver o sol nascer quadrado, condenada a algo semelhante a um esgoto em Londres, onde viviam. Isso tudo poque a pequena tinha o pé torto, e assim conheceu o pior lado que uma humanidade pode mostrar.
Sua mãe a tinha como algo abominável, uma maldição em sua vida, e Ada nunca se opusera a isso, aceitava que não seria mais que um estorvo, mas talvez aquela mulher pudera ama-lá, pudera?
E quando tudo parecia que não poderia piorar a guerra se aproxima, sua cidade entra em alerta e muitas crianças ganham a chance de se salvarem, o irmão de Ada, Jamie de 6 anos, ganha essa oportunidade, ela ganhou um desafio, de encontrar-se mais uma vez com a guerra em sua própria casa, ou fugir dela sobre passos dolorosos, pois para Ada, a guerra já estava em seu coração.
A guerra trazia terror a todos, mas para Ada e seu irmão Jamie, fora diferente, lhes trouxe uma curiosa mulher, com uma história de vida triste, e que também precisava de uma fagulha de esperança. E assim começa a história dessas três pessoas tão diferentes, passam a aprender uns com os outros, a respeitarem seus piores pesadelos e apreciar o menor dos deletérios, e o melhor de tudo, superar os seus temores. Encontram não só dentro de si, mas nessa nova família uma fortaleza.
O que será o maior dos desafios de Ada, encontrar a aceitação, o respeito, e o amor próprio. Pudera ela tão insignificante merecer amor, carisma, um teto, roupas novas. Coisas que para qualquer pessoa parece tão comum, isso quando não se tem a própria natureza devastada.
A Guerra que Salvou a Minha Vida, é um livro de leitura dinâmica, que envolve o leitor a partir do primeiro parágrafo. E quanto mais se lê, mais ele mostra a verdadeira face da humanidade, Ada, uma criança que foi submetida a maus tratos e humilhações por toda sua vida, o irmão Jamie, que não teve educação, ou quaisquer zelo mínimo pelos pais, a Mãe abandonada pelo pai das crianças, julgava as crianças um fardo de um erro do passado. Todos vivendo sem qualquer dignidade.
Mesmo aqueles que viveram rodeados de amor, conheceram a dor que a vida pode nos trazer, como a Sr. Susan, e sua falecida companheira, com quem dividiu sua casa e seus sonhos, pode sentir o quanto, a falta de afeto pode transformar pessoas. O livro mostra bem o quanto o preconceito pode ser destrutivo, como um veneno disfarçado pelos bons costumes. Tudo isso em volta de uma guerra, que vem dificultando a vida de todos. 
Não pude conter as lágrimas que percorreram meu rosto a todo momento enquanto lia o livro, queria invadi-lo e dizer o quanto Ada merecia cada nascer do sol, cada xícara de chá, seria tudo mínimo a incrível força e personalidade que ela tinha. Ada despertou em mim a angustia que alguém pode sentir ao ser tão desprezada. Despertou em mim a força que posso ter no pior dos momentos. É um daqueles livros que te mostra o horror mesmo sem haver inimigo algum. E com certeza um daqueles livros, que não te deixa perder a esperança.

4 comentários:

  1. Que resenha tocante e incrível. Admiro demais a darkside, o cuidado que colocam em cada livro é lindo, por dentro e por fora. Faltam mais editoras como essa aqui no brasil. Amando tudo no seu blog, beijos!

    https://carpenocctem.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. De fato, pra mim foi um choque essa dedicação toda, antes da parceria eu já era apaixonada pela editora por todo esse amor que eles tem por cada edição, e principalmente com o leitor. E esse livro mexeu tanto comigo, Amor mesmo <3

      Excluir
  2. Eu não sei se tenho forças para ler um livro tão triste :C meu coração é muito mole.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olha eu te garanto que é mais um livro de superação que de destreza, recomendo mesmo, é uma história triste mais com um resultado feliz, e não é aquele fim feliz de contos de fadas, é de fato um fim humanizado, e muito tocante.

      Excluir

© Games, Fraldas e Rock'n Roll - 2012. Todos os direitos reservados. Criado por: Paola Natasha C. Fernandes. Tecnologia do Blogger.