É nessas horas que eu me pego, sem saber, se mostro todos os poemas guardados.
Se me mostro mais, ou se me apago, se me cubro, ou se me jogo.
Não sei bem dizer, o bem que causaria. Ou a falta.
Sei dizer da perda, a perca de meus pedaços.
Estou em pedaços, fragmentos quase sempre.
E me mostrando um baú, quem abriria a fexadura?
Só por quem quiser se trancar junto de mim.
Não. Prefiro ser quem meia metade acha que eu sou.
Quem, vê apenas o baú, trancafiado.
Rubro, e sem escrúpulos, com o feixe negro.
Sem mais nada a guardar, coberto de marcas, e mesmo assim, sem doer.
Sem sentir o frio que o congela, ou das respostas vazias.
Aquele baú desprezível, que todos já se caçaram de olhar.
Prefiro ser, quem eles mal veem, quem eles mal, maldam, por mal, por não saber.
Mais as vezes, sinto falta, do interior, do que guarda quele baú sem nada.
Sinto falta de dizer, do jeito doce, de personalidade meiga, do colo quente.
Do olhar no horizonte, do céu pálido, da mente ingênua, do poder tolo.
Sinto falta de todos os meus poemas, dos diários que eu nunca pude ter.
Do cofre submerso, dentro do meu solo, que guardo os meus botões.
O s botões me meras palavras, uma coleção delas.
Que ao junta-las, uma dama aparece, só de leve, só a alma.
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